#para.viver.bem

Ser vulnerável pode melhorar suas relações; entenda

Céres Albe

22/03/2024

intimidade

vulnerabilidade

relacionamento consigo mesmo

céres albe

Céres Albe

Psicóloga, pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, apaixonada por estudar e contribuir no desenvolvimento de relações humanas mais leves e saudáveis. Confira o insta da psi clicando no botão abaixo!

Eu sei que só de ler a palavra “vulnerabilidade” já surge um certo mal estar 😵‍💫, que costuma vir por causa de sentimentos como medo e vergonha. É difícil abrir mão do controle e se expor a alguém. Ser vulnerável desafia. 👀

Mas, a verdade é que ela é necessária para vivenciarmos relações genuínas, seguras e que se ligam bem.

O que é ser vulnerável?

ser vulnerável é motivo de orgulho

“Incerteza, risco e exposição emocional – aquela sensação instável que temos quando damos um passo para fora da nossa zona de conforto ou fazemos algo que nos força a perder o controle”. Essa é a definição de vulnerabilidade feita pela pesquisadora Brené Brown, que é referência nesse tema e inspiração em diversos momentos da minha escrita desse texto. ✨📚

Ser vulnerável é escolher correr riscos e melhorar nossa habilidade de lidar com o incerto. É compreender que o vínculo seguro com o outro, começa em sermos sinceros com nossos sentimentos, pensamentos e conosco. E isso exige a coragem de nos despirmos daquelas regras do que “deveríamos ser ou fazer” e aceitarmos que, o que nos faz sentir conectados com o outro, é a chance da imperfeição.

É nos permitir sermos vistos, sem armaduras, por quem acreditamos que somos. É enfrentar o desconforto de não saber o desfecho. Contudo, isso pesa menos na balança do que deixar passar uma chance de nos sentirmos amados de verdade. 

Por que a vulnerabilidade melhora os relacionamentos? 

Você já parou para pensar que, muito provavelmente, nos conectamos e nos sentimos mais confortáveis com alguém que compartilhou alguma dificuldade que está enfrentando (e que nos identificamos), do que com pessoas que demonstram estarem em uma vida perfeita, padronizada e sem erros?

💡 Afinal, ser perfeito ou superficial nos levam a para o lado oposto das relações com conexão e intimidade.

Ser vulnerável nos permite fazer trocas relevantes sobre histórias, sentimentos, memórias e dificuldades. Além disso, aceitar que somos vulneráveis nas relações é criar um ambiente de amparo onde é permitido falas como:

  • “me desculpe, sei que cometi um erro e vou buscar reparar”
  • “sinto muito por ter feito você se sentir assim, obrigada por compartilhar comigo”
  • “é desconfortável pra mim expressar isso, mas sei dos impactos que pode ter na nossa relação” 
  • “eu estou aprendendo a não repetir comportamentos que não são saudáveis” 
  • “eu nunca fiz isso, estou com medo” 
  • “preciso de ajuda” 

Contudo, experienciar uma relação em que você sabe que pode contar, expressar, dividir, aprender e errar, sem julgamentos, demanda trabalho e esforço dos dois lados.

Sim, ser vulnerável pode assustar. 😵‍💫

Contudo, de todos os riscos que corremos ao construir um vínculo com alguém, o mais recompensador deles é se sentir muito ligados com o outro.

A intimidade demanda vulnerabilidade

Compartilhar faz parte de ser vulnerável mas, além disso, há várias ações, atitudes e demonstrações que podem também entram nessa lista. Como, por exemplo, quando mandamos mensagem para alguém falando que lembramos e estamos com saudades. Ou, então, quando fazemos um convite para sair. Ou, ainda, quando propomos uma ideia inusitada ao outro. Quando falamos que amamos o outro pela primeira vez, também. E, por fim, quando mudamos um plano para estar com o outro. 

Todos esses exemplos têm duas coisas em comum:

  1. fazemos sem ter controle da resposta do outro; e
  2. são ações que podem construir mais intimidade com o outro.

São tentativas. Se não abrirmos espaço para elas, permanecemos no mesmo lugar: confortável, mas sem florescimento e conexão. 

Quando falamos sobre nutrir a intimidade sexual do casal, por exemplo, as pesquisas do Gottman Institute mostram que “sexo é muito mais relacionado com confiança, amizade e conversas que criam conexão emocional”.

Ou seja, estar em uma relação em que existe uma espaço de comunicação e conexão para falar sobre sexo, aumenta a probabilidade de manejo e satisfação da vida sexual do casal. 

É preciso coragem para ser vulnerável

Usamos o controle como uma forma de nos confortar. Enfrentar aquilo que é previsível, certeiro, pré-definido parece ser uma boa estratégia. Mas, a verdade é que existem muito mais coisas que não podemos controlar, do que aquelas que podemos. E a aceitação disso, sim, é a melhor estratégia.  

Ser vulnerável incomoda porque traz incerteza. Dar passos em direção a intimidade e permitir conversas profundas e esclarecedoras exige, acima de tudo, coragem. Coragem de fazer um convite ao outro, mesmo sem saber se ele vai aceitar ou quando ele vai aceitar.  

Como achar conforto em ser vulnerável?

Precisamos entender como funciona nossa vulnerabilidade. Identificar nossas emoções, de onde elas vêm, porque elas aparecem. O que nosso cérebro interpretou de momentos relevantes da nossa história e como eles nos tocam até hoje. O autoconhecimento é um passo primordial!

Porém, aqui vai uma das coisas mais importantes que Brené Brown coloca sobre a confiança de compartilhar momentos de vulnerabilidade: o outro precisa merecer ouvir. O desconforto pode ser minimizado quando percebemos, por exemplo, que o outro sempre demonstra sua curiosidade, seu amparo e interesse em entender sobre nós. 

ela é boa em ser vulnerável

Vá com calma

Mas como vou abrir essa porta tão difícil de ser explorada? Sem pressa e pelas frestinhas que ficam abertas e nos convidam para entrar. Às vezes, é uma história/frase compartilhada em um momento aleatório que podemos aproveitar o gancho para fazer uma pergunta que nunca fizemos ou expor algo que nunca expusemos. ⛔

Outras vezes, por exemplo, é uma conversa superficial que leva a uma mais vulnerável. Além disso, uma dinâmica, um jogo, um ritual ou combinado de casal pode nutrir algo muito significativo para permitir a vulnerabilidade e, logo, a intimidade.

Explore seus sentimentos 

Inevitavelmente, vamos ter que lidar com os sentimentos desconfortáveis, porque eles são tão necessários quanto aqueles mais fáceis de enfrentar. Questione os pensamentos que trazem o medo e a vergonha de permitir a vulnerabilidade.

Qual o pior desfecho imaginável? Esse cenário é impossível de lidar? Quais os prós e contras de nos colocarmos na posição de sentir essas emoções na busca de uma conexão genuína com o outro? Estou me baseando em experiências com vínculos passados e supergeneralizando? 

Seja presente

A resposta do outro pode ser o reflexo de como agimos. Não adianta exigirmos que o outro compartilhe, se não olharmos para como nós mesmos respondemos a essas chances de abertura. 🖐️

Então, é poder se questionar: a minha resposta a um momento de vulnerabilidade do outro foi validante e acolhedora? O que eu gostaria de receber quando eu compartilho algo vulnerável? Se fazer presente na relação e perceber esses pontos pode ser transformador.

Faça terapia 

Essa é uma trajetória cheia de autoconhecimento, intenção e comprometimento conosco e com o outro. O caminho pode ser mais leve se tivermos a companhia de um processo de psicoterapia. 

Caso você não saiba por onde começar, existe o THERAPY MATCH do QuePaz! Uma plataforma que te conecta com um terapeuta capacitado e escolhido por nós para segurar a sua mão na trajetória de descobrir a si. 

se sentir vulnerável é normal

Compartilhar nossa vulnerabilidade traz conexão e intimidade.

Será que evitá-la, vai nos fazer viver uma vida que vale a pena ser vivida?  Se pudesse olhar para trás e repensar em momentos que se arrependeu por não ter compartilhado algo com alguém, que recado deixaria para você mesmo?

Em relações, falar sobre nossos sentimentos pode nos dar a chance de: iniciar um vínculo incrível se for recíproco; ou, se a reciprocidade não acontecer, nos dá a chance de entender que ali não é um lugar de investimento que merece nosso gasto de energia. Pode ser extremamente difícil, mas é uma situação do tipo ganha-ganha. 

Espero que tenha feito sentido por aí. ❤️

Com carinho, 

Céres 

Referências: 

Brown, B. (2013). A coragem de ser imperfeito: Como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é. Brasil: GMT. Disponível na Amazon.

céres albe

Céres Albe

Psicóloga, pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, apaixonada por estudar e contribuir no desenvolvimento de relações humanas mais leves e saudáveis. Confira o insta da psi clicando no botão abaixo!

estou em risco de vida!

O centro de valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária. Para conversar acesse os links abaixo.

let's get social

início

quem somos

encontre seu match psi

para psis

serviços

quepaz stories

início

quem somos

encontre seu match psi

para psis

serviços

quepaz stories

Caso você queira achar um psicólogo, vem nos conhecer e agendar uma sessão!

Os valores dos psicólogos podem variar de R$ 80,00 até R$ 160,00