Você já parou pra pensar como a prática de mindfulness pode ajudar a lidar com a ansiedade?
Como você se sente quando alguém diz que nosso verdadeiro lar é o momento presente? Pode parecer estranho pensar nisso, né? Contudo, a verdade é que nossos pensamentos costumam nos levar para o passado, com aquele monte de ruminações, ou para o futuro, com as preocupações (oi, ansiedade!). Mas o fato é que só temos o aqui e o agora, o momento presente. Então, vamos descobrir como podemos ficar mais presentes aqui e agora por meio do Mindfulness?

O que é mindfulness?
O conceito de “mindfulness”, ou “atenção plena” em português, tem suas raízes nas práticas orientais de meditação. Mas calma! Logo te explico as diferenças entre mindfulness e meditação. Então, o mindfulness começou a se popularizar no mundo ocidental, em especial através dos programas de redução de estresse que Kabat-Zinn desenvolveu na área da medicina comportamental.
Sabe quando sua mente te leva para lembranças do passado (as ruminações) ou quando ela te joga lá pro futuro (com todas as preocupações)? Pois é, nesses momentos, a gente tá vivendo no modo automático. Assim, estamos desconectados do momento presente.
Qual o objetivo dessa prática?
O objetivo do mindfulness é justamente trazer a atenção plena para o momento presente. Ou seja, é se concentrar no aqui e agora, de maneira intencional e sem julgamentos. Fazemos isso, por exemplo, escolhendo estar plenamente conscientes, nos esforçando para nos conectarmos com o aqui e agora. E também adotamos uma postura de descrever os nossos pensamentos e sentimentos, em vez de avaliá-los como positivos ou negativos.
Sabe quando você aprecia um nascer do sol ou um pôr do sol? É difícil que a gente fique lá avaliando se o céu tá muito laranja ou se tá meio rosa. A gente só observa, certo? Observa os raios de sol, as cores do céu, se tem nuvens ou não, por exemplo. A gente só observa e percebe. Essa é a atitude que o mindfulness nos convida a ter com a gente mesmo.
Como praticar?
É legal entender que o objetivo do mindfulness não é se distrair ou relaxar, mas sim treinar a nossa atenção e concentração. Claro que a distração pode ocorrer, mas a gente redireciona a nossa atenção de forma gentil, sem ficar julgando.
Podemos praticar de duas formas: de maneira formal e informal.
Formal: é quando a gente pratica mindfulness de forma mais estruturada, concentrando a nossa atenção em alguma coisa específica, uma espécie de “âncora”. Por exemplo, você pode sentar e prestar atenção na sua respiração, observando as sensações do corpo e os estímulos do ambiente.
Informal: A melhor parte é que você também pode praticar mindfulness nas atividades do seu dia a dia. Por exemplo, ao escovar os dentes, tomar banho ou lavar louça. O objetivo é não se deixar levar pelo piloto automático nessas atividades, mas sim estar presente e consciente para sentir as sensações. Lembre-se: seus sentidos são seus maiores instrumentos para experimentar a vida. Preste atenção ao que você vê, ouve, cheira, toca e sente.
Agora, você deve estar se perguntando qual é a diferença entre mindfulness e meditação, certo?
Qual a diferença entre mindfulness e meditação?
Em termos básicos, a meditação é um tipo de mindfulness. Há diferentes tipos de meditação, cada um com objetivos específicos, como espiritualidade, reflexão e relaxamento.
Por outro lado, o mindfulness visa a auto regulação da atenção. É uma concentração intencional no momento presente, com uma postura de aceitação e não julgamento. O mindfulness não busca regular as emoções. É, na verdade, uma postura de abertura para todos os pensamentos, sentimentos e sensações, sejam eles quais forem.
4 vantagens de usar o mindfulness para a ansiedade
Estudos na área da neurociência nos mostram que o mindfulness tem consequências fisiológicas no nosso corpo. Aliás, ele aumenta alguns neurotransmissores, que são importantes condutores do nosso cérebro! São substâncias químicas que o nosso cérebro produz e que atuam em todo nosso Sistema Nervoso.
Alguns neurotransmissores nos deixam mais calmos, como o GABA, e também a dopamina, que é o neurotransmissor do prazer, a serotonina, que regula o humor, e as endorfinas, que são os analgésicos naturais do corpo, por exemplo. Além disso, o mindfulness tem sido associado à redução dos níveis de cortisol (hormônio do estresse), ao aumento da massa cinzenta e à diminuição da ativação da amígdala (região do cérebro responsável pela ativação emocional do medo e da ansiedade).
- Reduz o estresse & a ansiedade: te ajudando a entender e a observar o que você está sentindo, ajudando na clareza mental durante picos de ansiedade.
- Redução da insônia: Estudos mostram que pessoas que praticam mindfulness regularmente levam menos tempo para adormecer e têm um sono mais eficaz, o que melhora a qualidade do sono e ajuda a combater a insônia crônica.
- Aumento da flexibilidade psicológica: Quando estamos no piloto automático, tendemos a agir de forma rígida, realizando várias tarefas ao mesmo tempo e sendo impulsivos. Resumindo, não estamos realmente conectados com nossas ações. No entanto, quando estamos intencionalmente presentes no aqui e agora, adotamos atitudes mais flexíveis, genuínas e abertas para experienciar o momento presente.
- Benefícios para o corpo: Como eu te disse antes, nosso corpo produz importantes neurotransmissores durante a prática de mindfulness e, dessa forma, todo o nosso corpo colhe os benefícios!
Como a Psicologia enxerga o mindfulness?
Diferentes abordagens psicológicas incorporam práticas de mindfulness como parte de seus princípios terapêuticos.
Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT):
O principal objetivo da ACT é promover a flexibilidade psicológica, que, como mencionado anteriormente, é a postura de abertura e conexão com o momento presente para viver uma vida baseada em valores. O mindfulness, ou contato com o momento presente, é um dos processos centrais na terapia ACT.
Terapia Comportamental Dialética (DBT):
O mindfulness é uma parte fundamental do treinamento de habilidades na terapia DBT. Os componentes dessa habilidade incluem observar, descrever e participar plenamente. Essa habilidade é útil para vivenciar a “mente sábia”, encontrando um equilíbrio entre razão e emoção.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
A TCC também pode adotar uma perspectiva de aceitação e mindfulness para desenvolver a concentração no momento presente e observar os pensamentos e sentimentos sem julgá-los.
E, se você tem interesse em fazer terapia com essas abordagens e incorporar o mindfulness no seu dia a dia, saiba que no Therapy Match você descobre qual linha da psi tem mais a ver com você! Vamos testar?
Indicações:
Se você se interessou pelo assunto de hoje e deseja saber mais, recomendo os livros:
- “Aonde quer que você vá, é você que está lá: Um guia prático para cultivar a atenção plena na vida diária” (Jon Kabat-Zinn)
- Manual de Mindfulness e Autocompaixão – Um Guia para Construir Forças Internas e Prosperar na Arte de Ser Seu Melhor Amigo


#dica: o quepaz tem desconto em todos os livros da editora Artmed! Entrando no site deles e usando o cupom QUEPAZ você ganha 20% de desconto.
Além disso, existem aplicativos que podem ser grandes aliados na prática de mindfulness, como o Headspace e o Meditopia.