Hoje vamos falar sobre um assunto que só quem já experimentou sabe o sofrimento intenso que é passar por ela! Vamos falar sobre: crise de pânico.
Nesse artigo, vou te ajudar a entender o que é a crise de pânico & como diferenciar a crise de pânico de uma crise de ansiedade!
Além disso, eu também vou te guiar no processo de manejar essa crise, trazendo ferramentas que têm muita comprovação científica! Assim, você poderá carregar contigo, na sua mala de habilidades, o conhecimento de como agir nesses momentos. Combinado?
Mas, antes de falar mais sobre a crise de pânico, quero contar uma história para vocês. A história da Ana Carolina*.

Você se identifica?
Ana Carolina tinha 29 anos e tinha uma vida com ritmo de trabalho intenso. Levava uma vida com pouco espaço para descanso (lembrou de alguém?).
Em um dia especialmente desgastante, Ana estava em seu escritório quando – do nada – percebeu seu coração mais acelerado, um aperto no peito e uma falta de ar. Então, quando ela tirou o casaco, percebeu que estava tonta. Foi nesse momento que pensou: “tem algo de errado acontecendo, só posso estar tendo um infarto”.
Quanto mais percebia seus sintomas, mais medo sentia. Ana gritou por ajuda e foi levada até um pronto socorro. Fez uma bateria e testes e os médicos disseram que ela não tinha nada e precisava descansar. Desde então, sente medo de passar por isso novamente, chegando a evitar algumas situações que causem mais ansiedade.
Muitas pessoas descrevem esse momento como um dos piores dias da sua vida. É um “tsunami de ansiedade” acontecendo dentro da gente! Essa onda pode ser tão intensa que, normalmente, chega a ser confundida com um ataque cardíaco! Imagina a intensidade dessa sensação! E, por isso, muitas pessoas costumam buscar ajuda em um pronto socorro. E é nesse momento que descobrem que experimentaram pela primeira vez uma crise de pânico.
Se você está passando por esses momentos difíceis ou acompanhando alguém querido a passar por crises de pânico, espero que o texto de hoje possa te ajudar de alguma forma <3
Mas afinal, o que é uma crise de pânico?
Para lidar com algo, precisamos entendê-lo antes! Uma crise ou ataque de pânico é um episódio de medo ou desconforto que se forma repentinamente. Ela vai subindo & subindo e atinge a sua intensidade máxima dentro de 10 minutos, ou seja, bem rápido mesmo!
Esse episódio tem algumas características marcantes tanto no nosso corpo, quanto pelos nossos pensamentos. Mas #lembretezinho: Por mais que as reações possam parecer uma eternidadeeee, as crises costumam durar entre 5 e 20 minutos.

E daí tu me pergunta… qual a diferença entre crise de ansiedade e crise de pânico?
Para diferenciar uma crise de pânico de uma crise de ansiedade, é essencial olharmos pro medo! O medo de estar tendo um infarto ou de perder o controle, por exemplo! No pânico, é comum o surgimento de muitos medos intensos que em uma crise de ansiedade costumam aparecer menos.
Outros exemplos práticos podem ser o medo de estar tendo AVC ou algum problema médico – sendo esse é o motivo pelo qual as pessoas acabam buscando a ajuda de um médico antes do psicólogo, medo de enlouquecer e até de ter mais crises de pânico no futuro.
A crise de ansiedade ainda tem muitas sensações no nosso corpo que podem ser muito parecidas com o pânico. Porém, são menos intensas, entende? Mas mesmo assim, eu sei que elas jamais podem ser consideradas algo agradável.
Na verdade, é bem o contrário – é o desconforto nível 1000! E a ansiedade envolve muitas preocupações do futuro. Podemos chamar de um radarzinho de futuras ameaças.
#IMPORTANTE: o pânico não acontece por antecipação – mas como uma consequência de quando notamos um possível “perigo” acontecendo. E esse perigo pode ser simplesmente o medo das reações do nosso corpo. Ou até por algum fator externo!
Como saber se você está tendo uma crise de pânico?
Existem alguns sintomas mais comuns na crise. Vamos ver eles separados, para te ajudar a entender melhor:
Dor no peito e taquicardia
Coração acelerado que parece que vai saltar do corpo, aperto ou dor no peito, tremores, suor, tontura ou sensação de desmaio, formigamento no corpo, calafrios ou ondas de calor, entre outros sintomas corporais possíveis.
Dificuldade para respirar
É muito comum que as pessoas sintam dificuldade para respirar ou sensação de sufocamento como parte de uma crise de pânico. Isso ocorre pois, ao respirar muito rápido, os músculos respiratórios ficam cansados. Assim, eles não conseguem relaxar e prendem parte do ar dentro do pulmão!
Muito medo de morrer
E junto aos sintomas do corpo, surgem muitos pensamentos! E eles costumam ser catastróficos e cheios de medo, como, por exemplo, ter medo de morrer, medo de perder o controle ou medo de ficar louco.
É realmente uma experiência muito difícil de ser vivida! É desesperadora! E nós, profissionais da saúde mental, sabemos que existe algo muito comum que acontece nesses momentos: a despersonalização.
Esse nome diferente é usado dentro da Psicologia para a sensação de estarmos longe do nosso corpo! Quase como se estivéssemos desligados do mundo exterior ou como não estivéssemos vivendo a realidade.

Como saber que não é um problema cardíaco?
Se você tem alguma dúvida que pode ser um problema cardíaco ou uma crise de pânico, fique atento a essas questões:
- a intensidade da dor é diferente! Em um infarto, a dor que só acaba com medicamento no hospital e permanece mesmo estando parado!
- sensação de aperto no peito! No infarto essa dor é mais intensa, como se esse aperto conseguisse espremer os demais órgãos do corpo.
- os medos! No pânico, existem pensamentos muito persistentes referentes a medo. Por exemplo, o medo de enlouquecer, de perder o controle ou até de não conseguir sair de um local! O nosso cérebro, nesse momento, está se preparando para correr!
#BÔNUS! Apesar de existirem sintomas de infarto, uma a cada cinco pessoas podem sentir somente sintomas leves ou até mesmo nenhum sintoma.
Mas, na dúvida, busque atendimento médico! Combinado?
Como controlar uma crise de pânico?
Quando pensamos em ansiedade a primeira coisa que vem nas nossas cabeças é “preciso controlar ela”. O problema aqui é que quanto mais tentamos controlar, mais tentamos fugir dela, como se pudéssemos elimina-la de alguma jeito. Mas não podemos, não temos esse poder. O que podemos fazer é manejar ela quando ela bate na nossa porta e aprender habilidades que nos ajudem a passar por isso de forma mais saudável para as nossas vidas.
É muito importante pensar & lembrar que, por mais assustadora que a crise de pânico seja, ela vai passar! Ou seja, ela não vai te causar prejuízos fisiológicos (ex: AVC), ela não tem o poder de enlouquecer ninguém ou fazer com que alguém perca o controle. A chave da diferença mora no medo!
E uma crise de pânico é o medo da cabeça aos pés. Quanto mais medo sentimos de ter uma crise de pânico, mais o pânico cresce. Deu para entender o porque do medo ser a chave? O medo é quem, em primeiro lugar, cria o pânico!
Aceite-se <3
Pensando nisso, a melhor forma de lidar com uma crise de pânico é aceitando que a ansiedade apareceu, sem tentar fugir ou brigar com essa emoção <3. Imagina comigo que uma visita que você não gosta chegou na sua casa. Mas que assim como ela chega… ela também vai embora!
Preste atenção ao seu redor
E não podemos negar que ela está ali. Quando você sentir-se confortável aceitando a emoção, faça o exercício de contemplar as coisas à sua volta. Sim, isso mesmo! Não olhe para dentro, olhe para fora!!!
Nomeie objetos a sua volta, toque em objetos e descreva a sua textura, tente ouvir barulhos do seu ambiente. Agora, aja devagar, mas não paralise. Continue agindo lentamente no seu ritmo que o visitante logo irá embora.

Lembre-se de respirar!
Parece uma dica boba, mas como você viu lá em cima, a gente respira pior durante uma crise.
Um elemento super importante aqui é a respiração diafragmática (inspira por 3 segundos, segura o ar por 3 segundos e expire lentamente por 5 segundos).
Afinal, quando estamos com medo, nossa respiração fica ofegante. Então, isso faz com que fiquemos mais agitados e, por consequência, isso continua gerando medo para quem está tendo uma crise de pânico.
Mantenha essa respiração por um tempo e os passos anteriores. No momento em que a crise estiver baixando e você perceber, é hora de examinar seus pensamentos catastróficos, se há mesmo evidências de que os pensamentos estão sendo verdadeiros ou se há a possibilidade de ser apenas a lente de pânico gerando medo, dê uma chance para desconfiar.
Perceba que, com o tempo, o visitante fica cada vez mais longe e que você tem capacidade para passar por isso, mesmo que seja muito desconfortável e assustador.
Como ajudar alguém com crise de pânico?
É importante entender que pessoas que estão em crise de pânico não estão no seu modo racional, ou seja, não vão conseguir pensar e conversar para se acalmar!
Não importa o que você diga! Então, se você quer ajudar alguém, faça com que ela desvie a sua atenção para fora do corpo, pedindo para ela contemplar as coisas à sua volta, sempre com os 5 sentidos e tentar focar a sua atenção ali.
Também, é importante que você permaneça calmo e confiante. Peça para que ela faça a respiração diafragmática e a lembre de que o visitante vai embora em algum momento, mas que até lá você estará ali para ajudá-la e que ela não está sozinha.
A terapia pode ser sua aliada para reduzir as crises.
Então não deixe de buscar ajuda com a Terapia Cognitivo-Comportamental & tratamento psiquiátrico se as crises de pânico estiverem frequentes, ok?
A QuePaz conta com uma equipe de psicólogos nota mil, e queremos muito que você encontre o seu match na terapia. Se você quiser encontrar profissionais que dão match com as suas demandas e a sua personalidade, clique aqui e conheça o Therapy Match!
Leia também: Ansiedade: o que é, quais os sintomas e como tratar