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Saúde mental e amamentação: o bebê tá bem, mas e a mamãe?

Virna Lima Vieira

27/07/2023

saúde mental e amamentação precisam andar juntar

Para uma boa relação entre mamãe e bebê, é preciso ter também uma relação forte entre a saúde mental da mãe e a amamentação. Saiba mais aqui sobre formas de construir uma relação saudável com a amamentação.

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Virna Lima Vieira

Virna é psicóloga desde 2014 e está fazendo uma formação em Terapia da Compaixão pelo Hospital das Clínicas (USP). Ela prioriza o acolhimento nas sessões, ajudando você a caminhar com mais leveza e confiança em suas habilidades. E aqui, tudo funciona com transparência! Por isso, você pode também encontrar a psi a partir do seu CRP: 06/136032. Clique abaixo para conhecer mais a psi!

A amamentação é parte vital da vida. Afinal, seja ela pelo seio ou através da mamadeira, é através do aleitamento materno que se nutre os primeiros meses da vida do bebê. E todos nós sabemos que costuma ser um momento muito desafiador para quem cuida dessa nova vida. No texto de hoje, vamos nos propor a falar sobre esse período muito delicado e a relação entre saúde mental e amamentação.

Juntos, iremos falar sobre a importância da amamentação e o desafio que ela carrega! Vamos entender os vários possíveis sentimentos do processo e analisar como cuidar daquele que está amamentando <3 .

Pega na minha mão e bora aprender! 

Por que amamentar é importante?

Há muitas campanhas de aleitamento materno! Imagino que você já tenha visto alguma por aí, certo? Afinal, valor do leite humano é inquestionável e não faltam estudos que comprovem a sua eficácia na saúde da criança. A OMS (Organização Mundial de Saúde) juntamente com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) indica o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida, e que após esse período se inicie a introdução alimentar, mantendo o aleitamento materno até pelo menos os 2 anos de idade. Paralelo a saúde física e o desempenho do seio, temos a saúde mental da mulher que produz esse leite e se doa para nutrir o bebê, que não é nutrido apenas biologicamente, mas afetivamente. Ou seja, não podemos considerar que seja um fenômeno exclusivo do corpo, mas que atravessa a mente. 

Amamentar é um movimento íntimo que envolve todo o corpo da mãe e do bebê, é um encontro de corpo e alma. Faz parte do conjunto de trocas afetivas, que podem contribuir para que a mulher, junto com o seu bebê se fortaleçam na relação mãe-filho. A mãe, ao amamentar, pode antecipar as necessidades do bebê, para que o seio esteja lá como um lugar de conforto, diante de um estado de desespero do bebê que ainda está conhecendo o mundo ao seu redor e fortalecendo seu emocional (e seu físico).  

O processo de amamentação vai além do seio. Já pensou nisso? O ato de amamentar o bebê, seja com fórmula ou através do seio, é um investimento naquele ser que está crescendo e se desenvolvendo. A amamentação vai ocorrer. O que merece a nossa atenção, então, é como isso ocorre. A garantia de uma boa relação entre mãe e bebê não está sempre ligada só ao ato de amamentar. 

saúde mental e amamentação precisam andar juntar
Fonte: Kasia Sikorska

O que a Psicologia fala sobre amamentação?

Há uma compreensão que: a mãe tem que se sentir segura para oferecer ao bebê aquela estabilidade emocional que ele precisa em seus primeiros meses de vida. Além disso,  quando mãe pega seu filho para cuidar, deve ter uma disponibilidade afetiva (o famoso “estar presente” ou o “olho no olho”),, tanto quanto tem a disponibilidade física (estando fisicamente forte para estar presente), colocando a mãe em um estado de devoção inicial ao bebê. 

Então, nosso entendimento é que essa ligação única permite que a mãe apresente o mundo ao bebê aos poucos! Para o desenvolvimento de uma mente sadia, passamos por algumas etapas. Primeiro, por uma dependência absoluta entre mãe-bebê, em que a mãe se doa completamente para estar amparando aquela criança. Afinal, imagina a confusão na cabeçinha daquele serzinho ao perceber um mundo completamente novo! Em seguida, passa para uma dependência relativa, na qual o bebê e a mãe vão se liberando  aos poucos. Por fim, temos a independência total, na qual o bebê se percebe como uma pessoinha, separado da mãe. 

Portanto, uma das coisas mais importantes não é a alimentação em si, mas o contato. Como a mãe segura o bebê nos braços, o toque, o olhar. Todo esse contato e carinho geram conexões no cérebro da criança que são extremamente preciosas. 

Portanto, podemos pensar que o aleitamento materno tem a sua importância, indiscutível, mas ele não deve ser imposto, e sim facilitado. 

“E se eu não conseguir amamentar?”

Nem sempre amamentar é uma escolha. Os processos de produção de leite e manutenção da amamentação nem sempre são de livre escolha da mãe. Afinal, ela pode estar sobrecarregada, em um período de muita vulnerabilidade do puerpério e angústias, podendo interferir na condução do amamentar. 

Então, é importante pensarmos: As campanhas de saúde incentivam o aleitamento materno exclusivo em um discurso impositor, muitas vezes, negligenciando o mundo interno que também está envolvido. A mãe, no dever de amamentar, pode cair em um lugar de amamentação como pura tarefa, mecânica, o que resulta no distanciamento mãe-bebê, ao invés do aproximar. Essa mãe, vai para as consultas pediátricas, e os médicos podem indicar fórmula ou extrair o leite com a bomba, em um ato enrijecido, com pouquíssimo preparo para acolher os aspectos emocionais da mãe. E, todo esse desamparo, contribui para o estado de frustração e desamparo desse momento tão delicado. 

Então, é necessário criticar a imposição dessa regra. Afinal, vivemos em uma cultura em que a amamentação no seio é “a maior prova de dedicação e cuidado que uma mulher pode ter com seu filho.” Então, por mais que seja de extrema importância, não é um ato que comprove a competência daquela mãe. 

A mãe e a culpa

Outro fator cultural que envolve essa fase é: a culpa. Já ouviu aquela frase: “nasce uma mãe, nasce uma culpa?” Bom, muitas vezes, o período de amamentação também envolve esse sentiemnto, associado ao de ansiedade.

Se sentindo pressionada, aquela pessoa pode desistir da amamentação, sem antes ter chegado a uma escolha consciente, somente para evitar o desconforto! Sim, desistir pode ser uma opção válida, mas que tal ouvirmos o corpo e encontrarmos um ponto de acordo entre a realidade ideal do aleitamento materno e o uso de complementos, se for preciso? O aleitamento materno parcial, também é uma opção. 

Quero te deixar tranquila, que seja qual for a sua decisão. Se você está buscando conectar-se com seu bebê e cuidá-lo da forma que for possível, você não fracassou! E fica aqui todo o meu apoio a esse teu momento. 

Amamentar pode ser exaustivo!

A amamentação é uma fase de desafios e mudanças. Afinal, são muitas preocupações em torno de: “Será que terei leite o suficiente para alimentar o bebê?”; “Será que o bebê está chorando de fome, mesmo depois de ter mamado 50 minutos no seio?”, “Me dediquei tanto em ofertar o leite para o bebê e ainda vou ter que oferecer fórmula?”; “E se a fórmula aumentar as chances do bebê deixar o seio?”.

Frustrações na hora da mamada, fadiga emocional vindo de preocupações e a constante disponibilidade da mãe para estar presente no momento do aleitamento, pode ser exaustivo!

E aqui entra um ponto importante: a rede de apoio. Conciliar o aleitamento com a dinâmica da casa  pode sobrecarregar a mulher! Então, ter pessoas ao seu lado que encorajem, cuidem e auxiliem na rotina é fundamental. Infelizmente, essa não é a realidade de muitas mulheres. Contudo, é essencial para que seja possível conciliar a saúde mental com a amamentação do bebê.

Como o estado emocional da mãe afeta a amamentação do bebê?

Amamentar é uma experiência viva, que expõe a mãe a uma onda de sentimentos com grande intensidade emocional. Então, é muito comum olharmos para uma mulher amamentando e perceber toda aquela fragilidade e “turbilhão” acontecendo.

O estresse emocional causado pelas mudanças hormonais e de rotina podem interferir, inclusive, na produção de leite. Níveis elevados de estresse, por exemplo, podem reduzir a ocitocina, hormônio que promove as contrações das glândulas mamárias, e dificultar a amamentação! 

Se a mãe não estiver cuidando de si e de suas ansiedades neste momento, pode ocorrer o desmame total!  Ou seja, é importante cuidar-se nesse processo! 

Como melhorar a sua saúde mental e a sua relação com a amamentação? 

Devemos cuidar do momento de amamentação, pois ele não é instintivo, como alguns pensam. Essa fase envolve significados e desafios. Para deixar essa etapa mais leve, elegi 4 dicas para as mamães conseguirem cuidar da saúde mental e da amamentação ao mesmo tempo:

  1. Se informe sobre o aleitamento e converse com o outro cuidador do bebê sobre a condução da família diante da amamentação, se possível, antes do nascimento. Além disso, o apoio das pessoas próximas tem um peso enorme na amamentação! Portanto, é fundamental esclarecer a função da amamentação na sua história de vida e visualizar como a sua rede de apoio pode funcionar diante disso. Você não está sozinha!
  1. Tenha em mente que a amamentação vai além do seio: o contato da família com o bebê é o mais importante, a conexão não precisa se limitar no aleitamento. Vocês podem, e devem buscar outras formas de construção do vínculo. E isso, inclusive, pode ser um canal para tirar a pressão do aleitamento e deixar esse processo mais leve! 
  1. Se alimente bem, descanse e mantenha atividades que lhe lembrem de quem você é: investir em você mesma é bem-vindo nesse momento de tanta doação. Poucos momentos de autocuidado podem estar cheios de significados. 
  1. Lembre-se: é um período intenso, porém curto: aproveite cada segundo, e saiba que você é a certa para o seu bebê, se parabenize por cada conquista, é uma jornada e tanto! 

Fez sentido pra você? Agora que você já aprendeu mais sobre a relação entre saúde mental e amamentação, nos conte nos comentários a sua experiência com a amamentação.

E, se precisar de ajuda, conte comigo e com o time QUEPAZ para cuidar de ti! Você não está sozinha! Você pode clicar aqui, quem sabe temos uma conversa inicial sobre o que você está sentindo?

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