Você já se deparou com muitos mitos e conceitos equivocados sobre a Psiquiatria?
A Psiquiatria é rodeada por vários mitos! Talvez você acredite que o psiquiatra é um profissional que só trata de transtornos mentais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar. Ou, ainda, que o tratamento psiquiátrico é ineficaz ou perigoso. E sim, o psiquiatra é essencial para tratamentos mais graves! Mas nosso trabalho vai muito além disso!
No texto de hoje, vamos explicar 5 mitos e verdades da Psiquiatria, e, juntos, pensaremos: Será que eles impedem as pessoas de buscar ajuda adequada para os seus problemas emocionais e mentais? E, afinal de contas, o que é a Psiquiatria e como ela pode ajudar no cuidado da nossa saúde mental?
Para que serve o médico psiquiatra?
Antes de desconstruir esses conceitos, precisamos falar sobre que tipo de profissional estamos falando. O médico psiquiatra é um profissional que cuida da saúde mental!
Ele é responsável por prevenir, diagnosticar e tratar transtornos mentais e emocionais. Assim, ele identifica sintomas e problemas, recomendando o tratamento mais adequado possível!
E esse tratamento pode incluir a prescrição de medicamentos, a realização de terapias e acompanhamento da evolução do tratamento.

Tá bem… mas qual é a diferença entre psiquiatria e psicologia?
As duas áreas tem profissionais da saúde mental que podem ajudar as pessoas a lidar com problemas emocionais e transtornos mentais. A grande diferença entre eles está em sua formação.
O psiquiatra é um profissional médico, que depois da sua formação em medicina se especializa na área da psiquiatria através de uma residência ou pós graduação. Além disso, o nosso corpo é um só! E, assim, algumas questões de saúde podem levar a sintomas psíquicos. Por exemplo, doenças auto imunes ou até problemas da tireoide podem levar a depressão e ansiedade.
Já o psicólogo é um profissional que se forma em psicologia e pode trabalhar em diferentes áreas, como clínica, escolar, organizacional, entre outras. Ele usa a psicoterapia como principal ferramenta para ajudar seus pacientes a lidar com problemas emocionais e comportamentais.
Mas preste muita atenção: eles não são excludentes! Muito pelo contrário! Ambos são vitais para a saúde mental e podem trabalhar juntos para trazer um tratamento mais completo ao paciente.
5 Mitos e Verdades da Psiquiatria
Agora que entendemos o que esse profissional faz, que tal começarmos a derrubar alguns tabus? O meu papel aqui vai ser tentar te explicar sobre 5 mitos e verdades da Psiquiatria. Afinal, com informação, poderemos combater os preconceitos envolvendo esse tema.
1. Só se vai ao psiquiatra em casos graves
Esse é um mito muito comum e que precisa ser derrubado! Não precisamos ir ao psiquiatra só em casos graves. Quanto mais cedo se procura ajuda, mais fácil é tratar a doença mental e melhorar a qualidade de vida de quem está sofrendo.
Buscar um psiquiatra no início dos sintomas pode ser algo muito benéfico! Assim, com um diagnóstico precoce, podemos cuidar daqueles sintomas e propor cuidados além da medicação!
Logo, primeiro mito derrubado 🤯, vamos pro próximo.
2. Remédios psiquiátricos viciam
Imagino que você já escutou que remédios psiquiátricos viciam, não é? Mas essa crença não é verdadeira para a maioria deles! Há muitos tipos diferentes de medicações psiquiátricas, cada uma com sua própria finalidade e forma de agir. Por exemplo, os antidepressivos não causam dependência química ou tolerância.
No entanto, alguns remédios psiquiátricos, como os calmantes (clonazepam, diazepam, alprazolam) e indutores de sono (zolpidem, zolpiclona), podem sim criar uma adicção se a pessoa os usar de forma errada.
Esses medicamentos costumam ser prescritos prescritos para uso a curto prazo durante períodos de crise e a orientação médica é vital para que se faça um bom uso deles. O risco está em tomar esses remédios por um longo período ou sem a supervisão de um médico.
Por isso, é importante que qualquer pessoa que esteja pensando em tomar remédios psiquiátricos fale com seu psiquiatra sobre os benefícios e riscos do tratamento, e siga as instruções com cautela para evitar problemas. Ok?
3. Depressão e ansiedade podem impedir alguém de trabalhar
Esta é uma verdade muito importante de se falar! Além dos efeitos negativos na saúde mental, essas condições também podem impactar de forma significativa a vida profissional das pessoas.
IMPORTANT FACT! De acordo com um estudo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou, a depressão é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Em 2015, a depressão afetou cerca de 322 milhões de pessoas em todo o mundo, representando um aumento de 18,4% desde 2005.
Além disso, a ansiedade afeta cerca de 264 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a mesma pesquisa.
A depressão e a ansiedade podem ter um grande impacto na capacidade das pessoas em suas funções do dia a dia. Alguns estudos mostram que pessoas com depressão e ansiedade têm mais chances de faltar ao trabalho, apresentar baixo desempenho e até mesmo perder seus empregos.
A depressão e a ansiedade também podem prejudicar a capacidade de concentração e tomada de decisão. Além de afetar a memória e a motivação. Por isso que a depressão pode ser tão paralisante! E isso tudo pode afetar nosso desempenho em várias áreas da vida: trabalho, relacionamentos, estudos…
Mas é bom lembrar que podemos tratar essas questões! A terapia e/ou medicação podem aliviar os sintomas e permitir que você retome as atividades do dia-a-dia, incluindo o trabalho. Por isso, é importante que empresas criem ambientes de trabalho saudáveis e acolhedores!
4. Ter um transtorno mental é coisa de fraco
Talvez esse seja um dos mitos que causam a maior barreira para muitas pessoas buscarem ajuda. No entanto, a ciência nos mostra que isso não poderia estar mais longe da verdade!
Vou te trazer exemplos de famosos, que tal? No esporte, a tenista Serena Williams, o jogador de basquete Kevin Love e o corredor Michael Phelps, já compartilharam sua luta contra a depressão e a ansiedade! Eles mostram que exige coragem para enfrentar esses desafios!
Vários fatores podem causar os transtornos mentais. Como, por exemplo, fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Jamais serão sinais de fraqueza ou falta de caráter. Pelo contrário: na minha opinião, buscar ajuda é sinal de coragem!
5. O abuso de álcool e drogas podem causar um transtorno mental
O abuso de álcool e drogas pode ter efeitos negativos na saúde mental. Estudos mostram que o uso excessivo dessas substâncias pode prejudicar a saúde mental daquela pessoa.
Por exemplo, fazer uso de álcool por muito tempo pode levar a pessoa a desenvolver transtornos do humor, como a depressão. Assim como o uso de drogas estimulantes pode desencadear alucinações e delírios. No mundo da saúde mental, chamamos isso de sintomas psicóticos.
Além disso, abusar de alguma substância pode intensificar alguma fragilidade que já existe. Por isso, reforço que é importante buscar um profissional para te ajudar com essas questões. Afinal, elas têm soluções ☺️.
Ufa, foi uma jornada intensa, não é?
Agora, entendemos os 5 mitos e verdades da Psiquiatria que mais circulam por aí, derrubamos algumas inverdades e combatemos juntos o estigma. Então, vamos entender como funciona uma consulta psiquiátrica?
Como funciona uma consulta de psiquiatria?
Não existe uma receitinha de bolo dizendo a maneira correta de se fazer uma consulta. Afinal, cada profissional tem seu jeitinho. Contudo, de maneira geral, eles têm algumas coisas em comum.
No geral, a primeira consulta dura cerca de uma hora e inicia com uma conversa entre o paciente e o psiquiatra. Nesse momento, vamos entender o que levou o paciente a buscar ajuda, sempre buscando entender melhor os sintomas e a história médica do paciente.
Durante a consulta, o psiquiatra pode fazer testes e exames. Além de pedir informações sobre o histórico familiar do paciente, seus vínculos, seu estilo de vida e doenças clínicas. Com base nessas informações, o psiquiatra levanta uma possível hipótese diagnóstica e sugere um plano de tratamento.
Para tratar, pode surgir a psicoterapia, medicação, mudança do estilo de vida ou uma combinação entre tudo isso. Nesse momento é vital tirar todas as tuas dúvidas, para se tratar da melhor forma.
Se o psiquiatra acreditar que o paciente precisa de remédios, ele vai explicar os efeitos colaterais. O psiquiatra também deve explicar como tomar os medicamentos da forma certa e quais são os sinais de alerta que podem indicar que o paciente precisa de mais ajuda.
A consulta psiquiátrica é um processo que o paciente e o psiquiatra trabalham em conjunto. O psiquiatra é responsável por dar o diagnóstico e o tratamento, mas o paciente é o protagonista nessa jornada.
O paciente deve:
- seguir as instruções do psiquiatra,
- tomar o remédio conforme prescrito,
- comparecer às consultas de acompanhamento e
- informar o psiquiatra sobre quaisquer efeitos colaterais ou mudanças em seus sintomas!
Juntos, o paciente e o psiquiatra podem trabalhar para alcançar uma melhor saúde mental e qualidade de vida!